quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Teatro Oriental

 

Teatro Oriental

Teatro Oriental

O teatro oriental se desenvolveu na Ásia durante seis séculos.

O teatro oriental foi uma forma de arte cênica que se desenvolveu a partir de cerimônias religiosas. Essa manifestação artística começou no ano 2000 a.C e foi desenvolvida durante seis séculos.

O teatro oriental conta com espetáculos ao ar livre, geralmente realizados nas portas dos templos. A manifestação apresenta duas variações: a Nô, uma forma de teatro mais refinada; e a kabuki, um teatro mais popular.

O teatro oriental está presente em vários países da Ásia, como China, Japão e Indonésia. As principais características desse tipo de teatro são: arte unificada, mistura de literatura, dança, música e espetáculo, expressão e agilidade corporal e interpretação psicológica.

As apresentações do teatro oriental são longas e envolvem a participação dos espectadores. O teatro oriental demonstra aspectos da cultura oriental.

O teatro chinês, em particular, é bastante literário e foi dominado pela Ópera de Pequim. Já o teatro japonês se apresenta mais complexo, numa síntese de dança, música e teatro e com relação com o budismo zen.

 

O teatro oriental, que é originário de cerimônias religiosas, se desenvolveu desde o ano 2000 a.C.

O teatro chinês evoluiu ao longo de seis séculos de espetáculos ao ar livre, na porta dos templos, até se converter em uma forma artística bastante sofisticada no século XIX. O teatro japonês surgiu sob duas formas, o refinado nô; e um teatro mais popular, chamado kabuki. Na Ásia, o teatro de títeres continua sendo uma forma artística popular, sobretudo na Indonésia, com o wayang golek, em que se utilizam enormes bonecos, sobre um palco elevado, para contar histórias.

Teatro e arte dramática, gênero literário, em prosa ou em verso, usualmente em forma de diálogo, concebido para ser representado. As artes cênicas abrangem tudo que se refere à escritura da obra teatral: a interpretação, os figurinos e cenários, a produção. Em geral se entende como drama uma história que narra os acontecimentos vitais de uma série de personagens.

Ao longo da história, o teatro desenvolveu sua atividade em três níveis: como divertimento popular, com organização mínima; como importante atividade pública; e como arte para a elite.

Em uma representação há, pelo menos, dois elementos fundamentais: ator/atriz e público, e pode-se usar a mímica ou a linguagem verbal. Os personagens não são interpretados necessariamente por seres humanos; os títeres têm tido grande receptividade de público ao longo da história, assim como outros recursos cênicos.

Teatro Oriental

Uma representação pode ser valorizada por meio dos figurinos, da maquiagem, dos cenários, dos acessórios, da iluminação, da música e de efeitos especiais, que podem servir para criar a ilusão de lugares, tempos e personagens diferentes, ou para sublinhar a própria visão da representação como algo diverso da experiência cotidiana.

O teatro oriental tem algumas características em comum que o distinguem nitidamente do teatro pós-renascentista ocidental. São obras de arte unificadas — uma realização da ideia do teatro total — semelhante ao de Wagner, em que se misturam literatura, dança, música e espetáculo.

A formação dos atores dá ênfase à dança, à expressão e agilidade corporal e às habilidades vocais mais que à interpretação psicológica. Os figurinos e maquiagem são muito importantes e quase uma arte em si. A estilização estende-se ao movimento e mesmo as ações da vida diária se transformam em uma dança ou gesto simbólico.

Em termos de público, é um teatro de participação. As representações costumam ser demoradas e os espectadores se movimentam, comem, conversam e por vezes só se mostram atentos aos momentos que são de seu maior agrado. A solenidade do espectador ocidental lhes é totalmente estranha.

O teatro oriental, tal como outros aspectos da cultura oriental, só viria a ser conhecido no Ocidente em fins do século XIX. Exerceu certa influência sobre as concepções de interpretação, criação de roteiros e encenação de alguns simbolistas, como Strindberg, Artaud, Meyerhold, Reinhardt, e outros.

O teatro indiano, em sânscrito, floresceu nos séculos IV e V. Baseava-se em histórias tiradas da épica hindu, como o Mahabarata e o Ramayana. O palco apresentava decoração trabalhosa, mas não se usavam técnicas de representação. Os movimentos de cada parte do corpo, a recitação e a canção eram rigidamente codificados. As marionetes e o teatro dançado, sobretudo o kathakali, também foram grandemente apreciados em vários momentos da história da Índia.

O teatro chinês começou a se desenvolver em princípios do século IV. Era muito literário e tinha convenções bastante rígidas. No entanto, a partir do século XIX, passou a ser dominado pela Ópera de Pequim. Nela se dá importância primordial à interpretação, ao canto, à dança e às acrobacias, mais que ao texto literário. Sob o governo comunista a temática se modificou, mas o estilo e representação foi mantido.

O teatro japonês é talvez o mais complexo do Oriente. Seus dois gêneros mais conhecidos são o teatro nô e o kabuki. Nô, o teatro clássico japonês, é estilizado, uma síntese de dança-música-teatro. Tem estreita relação com o budismo zen. Outros gêneros dramáticos são o bugaku, um sofisticado teatro dançado e um teatro de bonecos ou marionetes chamado bunraku.

 

 

 

 

Teatro Oriental

'Teatro Oriental'

 O Teatro Oriental é originário de cerimônias religiosas e desenvolveu-se no ano 2000 a.C.

*O teatro chinês evoluiu ao longo de seis séculos de espetáculos ao ar livre, na porta dos templos, até se converter em uma forma artística bastante sofisticada no século XIX. Começou a se desenvolver no início do século IV. Era muito literário e tinha convenções bastante rígidas. No entanto, a partir do século XIX, passou a ser dominado pela Ópera de Pequim. Nela, o canto, a dança e as acrobacias são mais importantes que a interpretação com texto.

*O teatro japonês que é o mais complexo do Oriente, surgiu sob duas formas, o refinado (Trabalho corporal e uso de máscaras), e um teatro mais popular, chamado Kabuki (Maquiagem e trabalho corporal). Além desses dois estilos, existe também o Bugaku, que é um sofisticado teatro dançado e o Bunkaru que é um teatro de bonecos ou marionetes.

 O Teatro Oriental tem algumas características em comum que o distingue nitidamente do teatro ocidental. A formação dos atores dá ênfase a dança, a expressão e agilidade corporal e as habilidades vocais. Os figurinos e maquiagem são muito importantes e praticamente uma arte em si. A estilização estende-se ao movimento e mesmo as ações da vida diária se transformam em uma dança ou gesto simbólico.


Teatro Japonês - Nô
Teatro Japonês -  Kabuki

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Teatro de Titãs: Fernando Arrabal

Fernando Arrabal discute mitologia e arte, revelando os caminhos do homem moderno, das ditaduras ao desenvolvimento científico, os caminhos pelos quais passaram a criação artística no século XX e o destino do teatro no século XXI. Versão editada para a internet.

Teatro de Titãs from Fronteiras do Pensamento on Vimeo.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Raízes do Teatro

O título do documentário é o nome do projeto criado pelo Ói Nóis Aqui Traveiz em 1987 para sistematizar o estudo das origens ritualísticas do teatro. O filme aborda os mitos que resultaram em quatro espetáculos do Ói Nóis Aqui Traveiz: Antígona - Ritos de Paixão e Morte (Prêmio Açorianos 1990), Missa para Atores e Público sobre a Paixão e o Nascimento do Dr. Fausto de Acordo com o Espírito de Nosso Tempo (Prêmio Açorianos 1994), Aos Que Virão Depois de Nós - Kassandra in Process (Prêmio Açorianos 2003) e o atual espetáculo do grupo Medeia Vozes (Prêmio Açorianos 2013). Gênero: Documentário Diretor: Pedro Isaias Lucas Duração: 26 min Ano: 2014 Formato: indisponível País: Brasil Local de Produção: RJ Cor: Colorido Ficha Técnica Produção: Artéria filmes Roteiro: Pedro Isaias Lucas Direção de produção: Tânia Farias Assistente de Direção: Eugênio Barboza Produção Executiva: Pedro Isaias Lucas Assistente de Produção: Marta Haas Direção de Fotografia: Pedro Isaias Lucas Realização: Artéria filmes, í"i Nóis Aqui Traveiz, Terreira da Tribo Montagem: Pedro Isaias Lucas Música: Johann Alex de Souza, Tribo de Atuadores í"i Nóis Aqui Traveiz Parceria: IECINE-RS, TVE Assistente de montagem: Eugênio Barboza Imagens de Arquivo: Acervo da Tribo de Atuadores í"i Nóis Aqui Traveiz

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Trecho: Nível de Crença Elevado

Nível de Crença elevado é o alicerce, a base, a raiz para a atuação. Quando se tem muito alto, nos piores momentos ainda se crê. Nível de crença que faz que o ser na quinta esfera caia de um abismo, caia, perca o ar, mas acredita que no passo seguinte pode estar viva. Somente o frio na barriga confirma o caminho do desafio, profissão de alto risco. Como andar na corda bamba, os artistas que se apresentam no aqui e agora. Se apresentam sem chance a edição. Somos da arte efémera como a vida é. Então no pingos de vida revelamos tanto em tanta sintese-gota-peça. Continuamos ao nível de crença elevado. Para enfrentar tsunami como o alto risco de se estar no palco se apresentando para pessoas. Elas estão esperando o sonho, ser o sonho é algo que temos que nos redescobrir e redescobrir o ser que vivemos, com as bases solidas, então podemos ter a possibilidade de tentar alcançar o terreno do viver o aqui e agora em cena. Profissão de alto risco, de desafios, prazeres tantos prazeres, tanta insanidade para o bem, a arte para libertar mentes fechadas, mentes padronizadas. Criar tantas camadas de vida, e valorizar corações e não máquinas. Nível de Crença elevado. Por pior que possa parecer estar, sempre é possível e ótimo mudar. A cada dia mudamos. Metamorfose parte da base sólida de um bom nível de crença bem elevado. Pois assim se cresce quando tudo está as mil maravilhas, e quando há dragões e Tsunami a enfrentar. Somos Rocha, somos Fortaleza, pois nossa crença no que se faz, não nos deixa fraquejar, somos sensíveis sim, somos humanos, sim, somos frágeis sim, somos orgânicos também. Mudar a cada dia, acreditar na própria metamorfose, pois evoluir em cena é mudar ao seu mais profundo. Personagens profundos e tridimensionais.

domingo, 18 de outubro de 2015

TRAGÉDIA GREGA


A estética de Aristóteles, primeiro teórico da tragédia, aponta os dois conceitos que definem o gênero: a mimese, ou imitação da palavra e do gesto, que para ser eficaz deve despertar no público os sentimentos de terror e piedade; e a catarse, efeito moral e purificador que proporciona o alívio desses sentimentos.

Tragédia é o gênero teatral em que se expressa o conflito entre a vontade humana, por um lado, e os desígnios inelutáveis do destino, por outro. A rigor, o terno só se aplica à tragédia grega ou clássica, cuja origem se confunde com o próprio teatro, mas por analogia é tradicionalmente estendido à literatura dramática de várias épocas, em que conflitos semelhantes são tratados. A tragédia surgiu na Grécia no final do século VI a.C. e esgotou-se em seu sentido genuíno em menos de cem anos. Assim, quando no século IV Aristóteles formulou a Poética, sua teoria da tragédia, o pensamento filosófico estava plenamente estabelecido e a tragédia não tinha mais lugar. Sucedeu historicamente à epopéia e à poesia lírica e se extinguiu com o advento da filosofia.

O momento histórico da tragédia corresponde a um estado particular de articulação entre o mito e a razão, em que essas categorias entram em conflito e preparam a vitória final do pensamento. Marca a transição do homem trágico, sujeito aos caprichos dos deuses, o homem descrito na mitologia e na poesia de Homero, para o homem dramático ("drama" deriva de uma palavra grega que significa "ação") ou homem de ação, cidadão político, descrito por Aristóteles como senhor de sua vontade e responsável por seus atos. A decisão trágica se dá entre os desígnios dos deuses e os projetos ou as paixões dos homens. A tragédia, portanto, exprime o debate entre o passado mitológico e o presente da pólis, ou cidade.

A palavra grega "tragédia" significa "canto do bode" e se refere possivelmente ao ritual em honra a Dionísio do qual, segundo Aristóteles, o teatro se originou. sua fonte é o ditirambo, canto executado por um coro no qual se destaca o corifeu. O rito a dionísio, no qual se sacrificava um bode, ligava-se ao culto da fertilidade e ao ciclo vegetal, e portanto ao ciclo da vida humana, condicionada pela sombra da morte e do desastre, embora aberta, no rito dionisíaco, à possibilidade de ressurreição.

As tragédias eram apresentadas ao público nas grandes dionisíacas, festivais realizados em Atenas a partir do século VI a.C. por iniciativa do tirano Pisístrato. Téspis é tido como o primeiro tragediógrafo, pois a ele se atribui a dramatização dos ditirambos, poemas narrativos cantados por um coro. O corifeu, integrante destacado do coro, teria passado a dramatizar os versos que cantava e a esboçar um diálogo com os demais integrantes.

Ésquilo, primeiro poeta trágico clássico do qual se conhecem várias obras completas, manteve o predomínio do coro, mas introduziu um segundo ator além do corifeu, o que reforçou a dramatização. Sófocles, no século V, escreveu diálogos para um terceiro ator que, como os outros dois, podia desempenhar vários papéis mediante o tradicional recurso das máscaras. A sobriedade e a grandeza das tragédias de Ésquilo e Sófocles foram atenuadas na obra de Eurípedes, o terceiro dos grandes trágicos clássicos, em favor da maior humanização dos personagens. A partir do século IV a. C., a tragédia grega , já despojada de sua função catártica, tornou-se retórica e sobrecarregada, como sucederia mais tarde também com a tragédia romana, representada por autores como Lívio Andrônico e Sêneca.

Tragédia Moderna

O gênero trágico ressurgiu na Inglaterra nos séculos XVI e XVII, com autores como Christopher Marlowe, que conferiu caráter heróico aos personagens, e Shakespeare, que expressou de forma inigualável sua visão da capacidade humana de enfrentar as forças do destino em situações extremas, embora se afastasse dos parâmetros clássicos. No século de Ouro espanhol, a tragédia foi cultivada por grandes figuras da literatura, como Pedro Calderón de la Barca. A tragédia francesa do século XVII recuperou os modelos gregos e alcançou grande profundidade psicológica com as obras de Corneille e Racine.

Uma nova espécie de tragédia surgiu no norte da Europa no século XIX com Ibsen, Strindberg e Tchekhov. Ao contrário das anteriores, as peças foram escritas em prosa e os temas adaptados às inquietações contemporâneas. A despeito dos horrores da segunda guerra mundial, que poderiam ter inspirado o drama trágico, e das obras comoventes sobre a solidão e da desolação do ser humano no teatro pós-guerra, a tendência no final do século XX era considerar o gênero ultrapassado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

OFICINA DE INTERPRETAÇÃO, CORPO E VOZ PARA TEATRO COM MONTAGEM

Novo Método de Interpretação para o Ator/Atriz!!!
Para você ator e atriz que não se adaptam ao Sistema Stanislavski.

Use todo seu potencial artístico usando ferramentas para atuar melhor:
atuar de forma em ação única (Zen), sem medo, sem nervosismo, com coragem para mergulhar na sua atuação, com alta concentração e espacialidade, nível de crença elevado.

Exploda seu número de possibilidades de criações e transformações, do seu corpo, da sua mente e da alma que dá as personagens. Buscamos ensinar um método de atuação que sempre dá prazer ao atuar, sem conflitar entre sua vida e a personagem.

MERGULHO NO MÉTODO - BIOMECÂNICA DOS RITOS

NA PRÓXIMA TERÇA- FEIRA, DIA 13 DE AGOSTO - das 19:30 às 22:30 - Ministrado por Gustavo Merighi.

COMEÇA A NOVA OFICINA DE INTERPRETAÇÃO, CORPO E VOZ

com Montagem de Espetáculo no Final.

PRIMEIRA AULA EXPERIMENTAL COM ENTRADA FRANCA - CHEGAR 15 MINUTOS ANTES E LEVAR ROUPA PRETA PARA ENSAIO -


MERGULHO NA Biomecânica dos Ritos & Teatro Fractal DE 11 DE AGOSTO A 03 DE NOVEMBRO - No Teatro Espaço Confraria


Ministrado pelos atores MENTORES MADDAH RAVI (mastermind) formados no Método Biomecânica dos Ritos & Teatro Fractal criado por
Janssen HUGO LAGE

ATORES MENTORES:

Marjorie Gerardi
Gustavo Merighi
Jorge Mesquita
Arthur Alavarse
Lucas De Medeiros Scalco
Leandro Borges

UMA PRODUÇÃO
Confraria Dos Ritos


OS PRIMEIROS 13 RITOS (MOVIMENTOS DE REPETIÇÃO PSICOFÍSICOS)

MATRIZ
METAMORFOSE
ESFERA
MOSCA
JOGO
MADA
RAVI
INVISIBILIDADE
ROTA
ABISMAL
ESPIRAL
SERPENTE
RATO







segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Théâtre du Soleil

Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
Aderbal Freire-Filho encontra integrantes da companhia em Paris
Programa Arte do Artista mostra as atividades culturas desenvolvidas em "La Cartoucherie" na FrançaPrograma Arte do Artista mostra as atividades culturas desenvolvidas em "La Cartoucherie" na FrançaAderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane MnouchkinAderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane MnouchkinJuliana Carneiro da Cunha apresenta a Aderbal Freire-Filho as instalações de  "La Cartoucherie"Juliana Carneiro da Cunha apresenta a Aderbal Freire-Filho as instalações de "La Cartoucherie"Nascido das efervescentes experimentações artísticas dos anos sessenta, o Théâtre du Soleil é, hoje, uma companhia que se encontra muito bem instalada num complexo de cenários, oficinas, palcos e salas de ensaio, montados numa antiga fábrica de munições nos arredores de Paris.
Nesta edição do Arte do ArtistaAderbal Freire-Filho adentra este mundo encantado, uma verdadeira utopia teatral conhecida como La Cartoucherie, com a companhia luxuosa de Marieta Severo, que assina, mais uma vez, a direção de fotografia do programa.
E é na Cartoucherie que ele encontra com Ariane Mnouchkine, fundadora e diretora da companhia, e com Juliana Carneiro da Cunha, a brasileira da trupe que é quem faz as honras da casa. Radicada por lá desde os anos noventa, a atriz e bailarina carioca já trabalhou comMaurice Bejart, foi premiada pela atuação no filme “Lavoura Arcaica”, de Luis Fernando Carvalho e brilhou nos palcos nacionais em diversas peças, incluindo “Mão Na Luva”, deOduvaldo Vianna Filho, dirigida por ninguém menos do que o apresentador do programa,Aderbal Freire-Filho.
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A companhia

Em atividade ininterrupta há 43 anos, o Théâtre du Soleil foi fundado em 1964 por Ariane Mnouchkine, junto com alguns colegas da Universidade de Sorbonne, como uma Sociedade Cooperativa Operária de Produção. Em 1970, a trupe se instala no Bosque de Vincennes, na Cartoucherie - antiga fábrica de munição do exército francês, nos arredores de Paris.Desde então, o Théâtre du Soleil se transformou em uma das maiores companhias da França e do mundo.

1964 - 1970

1964 - Ariane Mnouchkine funda com seus companheiros da ATEP (Associação Teatral dos Estudantes de Paris) a companhia Théâtre du Soleil e encena seu primeiro espetáculo, Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, a partir da adaptação de Arthur Adamov. No mesmo ano, escreve em parceria o roteiro do filme de Philippe de Broca L'Homme de Rio, produzido por Alexandre Mnouchkine, pai de Ariane.


1965 a 1968 - a companhia monta Capitaine Fracasse, de Théophile Gautier, criação coletiva do Théâtre du Soleil; A Cozinha, de Arnold Wesker; e Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare - textos adaptados por Philippe Léotard.
1969 - Les Clowns, em colaboração com o Théâtre de la Commune d'Aubervilliers. Apresenta-se em Paris e em turnê (Théâtre de la Commune d'Aubervilliers, Festival de Avignon, Piccolo Teatro, Elysée Montmartre) para 40 mil espectadores.
1970 - 1980

1970 - O Théâtre du Soleil se instala na Cartoucherie do Bosque de Vincennes, que a companhia utiliza primeiramente como local de ensaios e depois transforma em teatro.
         - o Théâtre du Soleil cria 1789, espetáculo sobre a Revolução Francesa, no Piccolo Teatro de Milão, cuja segunda parte, 1793, seria criada três anos depois na Cartoucherie. Apresenta-se em Paris e em turnê (Villeurbanne, Besançon, Caen, Le Havre, Martinica, Lausanne, Berlim, Londres, Belgrado) para 384 mil espectadores.

1974
 - Ariane Mnouchkine roda seu primeiro filme, por ocasião das últimas apresentações de 1789 na Cartoucherie, apresentando aos espectadores dessa criação coletiva um registro inédito do trabalho que vinha sendo desenvolvido na época, no Théâtre du Soleil.




1975
 - o Théâtre du Soleil cria L’age D’or, primeiro esboço de uma criação coletiva que faz uso de máscaras da Commedia dell'Arte para contar o mundo contemporâneo. Apresenta-se em Paris e em turnê (Varsóvia, Veneza, Louvain-la-Neuve, Milão) para136 mil espectadores.



1977 - em janeiro começa a filmagem de Molière, ou a vida de um homem honesto, de autoria de Ariane Mnouchkine, com os atores do Théâtre du Soleil. A filmagem dura seis meses e, pela primeira vez na história do cinema francês, associa a televisão (Antenne 2, e RAI) à produção do filme.

1979
 - o Théâtre du Soleil cria Mephisto, ou Le Roman d'une Carrière, de Klaus Mann, com adaptação de Ariane Mnouchkine. Apresenta-se em Paris e em turnê (Festival de Avignon, Louvain-la-Neuve, Lyon, Roma, Berlim, Munique, Lons-le-Saunier) para 160 mil espectadores.

1981 - 1989

O Théâtre du Soleil entra num período, que Ariane Mnouchkine depois definiria como o de: «um movimento dialético entre a pesquisa do teatro contemporâneo e a necessidade de reaprender nas fontes do teatro». Dramas históricos e comédias de Shakespeare: criação de Ricardo II, em 1981; A Noite dos Reis, em 1982, e Henrique IV (primeira parte), em 1984. Apresenta-se em Paris e em turnê (Festival de Avignon, Festival de Munique, Los Angeles, Berlim) para 253 mil espectadores.

A partir de 1985, Ariane Mnouchkine começa uma colaboração duradoura com Hélène Cixous, que escreve para a companhia várias peças inéditas e acompanha o trabalho coletivo.

1985
 - o Théâtre du Soleil cria A história terrível mas inacabada, de Norodom Sihanuk e Rei do Camboja, de Hélène Cixous, tragédia contemporânea sobre o Camboja às vésperas do genocídio. Apresenta-se em Paris e em turnê (Amsterdã, Bruxelas, Madri, Barcelona), para 108 mil espectadores.

1987
 - L’Indiade, ou L’Inde de Leurs Rêves, de Hélène Cixous, drama histórico que relata o nascimento da Índia moderna e a divisão de 1947. Apresenta-se em Paris e em turnê (Telavive), para 89 mil espectadores.

1989
 - a pedido da Assemblée Nationale, Ariane Mnouchkine filma com a companhia um conto humanista de Natal, La Nuit Miraculeuse, em comemoração ao bicentenário da Revolução Francesa. Na ocasião, a Assemblée Nationale e a Place de la Concorde lhes foram reservadas para algumas noites de filmagem.

Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
1990 - 1997

Ciclo dos Atridas: Ifigênia em Áulis, de Eurípedes; e Oréstia, de Ésquilo (Agamênon, em 1990; Coéforas, em 1991; Eumênides, em 1992). Apresenta-se em Paris e em turnê (Amsterdã, Essen, Sicília, Berlim, Lyon, Toulouse, Montpellier, Bradford, Montreal, Nova York, Viena), para 287 mil espectadores.

1994
 - La Ville Parjure, ou le Réveil des Érinyes, de Hélène Cixous. Apresenta-se em Paris e em turnê (Liège, Recklinghausen, Viena, Festival de Avignon), para 52 mil espectadores. O espetáculo também foi objeto de um filme de Catherine Vilpoux, que, além das imagens do espetáculo, apresenta documentos de arquivo relatando o escândalo do sangue contaminado que deu origem à fábula épica escrita por Hélène Cixous.

1995
 - O Tartufo, de Molière. Apresenta-se em Paris e em turnê (Viena, Festival de Avignon, Saint-Jean d’Angély, Liège, La Rochelle, Vienne en France, Copenhague, Berlim), para 122 mil espectadores. O processo de criação e a vida da companhia, durante os ensaios de O Tartufo, foram objeto do documentário Au Soleil Même la Nuit, de Eric Darmon e Catherine Vilpoux, em harmonia com Ariane Mnouchkine. 

1997
 - Hélène Cixous colabora com a escrita de Et Soudain des Nuits d’Éveil, criação coletiva que encena o exílio e o extermínio do povo tibetano. Apresenta-se em Paris e em turnê (Moscou), para 55 mil espectadores.

1999 - 2006

1999
 - Tambours sur la Digue, de Hélène Cixous, em forma de peça antiga para marionetes, representada por atores. Adaptação cinematográfica de Ariane Mnouchkine, em 2001, na Cartoucherie, com atores do Théâtre du Soleil. Apresenta-se em Paris e em turnê (Bâle, Anvers, Lyon, Montreal, Tóquio, Seul, Sydney), para 150 mil espectadores.

2003
 - Le Dernier Caravanserail (Odysées), criação do Théâtre du Soleil em duas partes (Le Fleuve CruelOrigines et Destins), que relata os destinos dos refugiados pelo mundo. Apresenta-se em Paris e em turnê (Festival de Avignon, Roma, Quimper, Festival Ruhrtriennale, Lyon, Berlim, Nova York, Melbourne, Atenas), para 185 mil espectadores. Ariane Mnouchkine assinou a adaptação cinematográfica inteiramente filmada na Cartoucherie, na ocasião transformada em verdadeiro estúdio de cinema.

Dezembro de 2006
 – Les Éphémères, espetáculo do Théâtre du Soleil, direção de Ariane Mnouchkine, música de Jean-Jacques Lemêtre.


A Diretora






                                                                    

Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane MnouchkinAriane Mnouchkine, nascida em 3 de março de 1939 em Boulogne sur Seine (cidade na margem direita do Sena, à 5 minutos de Paris), é diretora da companhia Théâtre du Soleil, que ela fundou em 1964 com seus companheiros da ATEP (Associação Teatral dos Estudantes de Paris).O Théâtre du Soleil era então uma jovem companhia cosmopolita que se instalou nos arredores de Paris, num
local que se tornaria um novo espaço de teatro: a Cartoucherie de Vincennes. A companhia criou novas
formas de organização e funcionamento privilegiando
o trabalho coletivo. O objetivo era já na época (num
período anterior a 1968) estabelecer novas relações
com o público e realizar algo que se distinguisse do
teatro burguês, para chegar a um teatro popular de
qualidade
.

Já na década de 1970 o Théâtre du Soleil
tornava-se uma das maiores companhias da
França
, tanto pela quantidade de artistas quanto

pela influência exercida internacionalmente.
Partindo da idéia de companhia semelhante a
uma tribo ou família, Ariane Mnouchkine
estabeleceu a ética do Soleil a partir de regras
elementares: as funções se confundem, todos
recebem o mesmo salário e, em cena,
a distribuição definitiva só é decidida
depois de vários atores terem passado por
diversos papéis.

Théâtre du Soleil é hoje uma das últimas companhias ainda existentes na Europa a funcionar desse modo.
Sua trajetória vem se construindo há mais de quarenta anos graças à fidelidade e à afeição de um público
numeroso tanto na França quanto em outros países. O percurso da companhia é marcado por uma
interrogação constante sobre o papel, o lugar do teatro e sua capacidade de representar a época atual.
Esse empenho de Ariane Mnouchkine em tratar das grandes questões políticas e humanas com uma
abordagem universal junta-se à pesquisa de importantes formas narrativas e à confluência das artes do 
Oriente e do Ocidente
.

Os 50 anos do Teatro du Soleil - por  




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Sim, TEATRO e não CIRCO. Estamos falando de duas instituições completamente distintas. Este ano, mais precisamente no dia 29 de Maio, o Teatro du Soleil completa 50 anos de existência e celebra esta data única com a montagem de Macbeth de Shakespeare.


Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
O trabalho do Teatro do Soleil, sob a direção de Ariane Mnouchkine está para o mundo das artes assim como o trabalho delicado e rebuscado de Fabergé está para o mundo das joias. Num mundo de fast foodfast art e fast tudo, o Teatro du Soleil se debruça em um trabalho por anos a fio de dedicação diária. Os artistas vivem juntos, tudo é comunitário, o salário é igual para todos, eles são verdadeiros operários da arte.
Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
“Os Náufragos da Louca Esperança”, último espetáculo visto no Brasil, demorou três anos para ficar pronto. E o resultado destes três anos é visível em cada cena e cada gesto. Na foto abaixo você pode ver a Ariane (de colete marrom) dirigindo seus atores em uma das cenas.
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Aderbal Freire-Filho entrevista a fundadora e diretora da companhia Ariane Mnouchkin
Grupos de 500 ou mais atores batem à porta de Ariane Mnouchkine a cada ano tentando conseguir uma chance de trabalhar com ela. Uma de suas atrizes mais constantes é a brasileiríssima e talentosíssma Juliana Carneiro da Cunha. Mas poucos são escolhidos. Tenho uma amiga que passou três anos trabalhando com o grupo, martelando, limpando, cozinhando, sempre sonhando com o momento que subiria ao palco, mas… esse momento nunca chegou e ela voltou ao Brasil com palavras nem sempre elogiosas à grande Ariane. Mas é assim… difícil ser genial e unânime ao mesmo tempo.
Pessoalidades à parte, os nomes que elevaram o nosso senso estético, provocando e encantando plateias através de décadas por todo o mundo também estão envelhecendo e nos abandonando (vide Pina Bausch) e, apesar de contradizer o dito de que “ninguém é insubstituível” e de sabermos que novos nomes também surgem e serão grandes referências em seu próprio tempo, artistas como Bob Wilson, Antunes Filho, Zé Celso, Peter Brook e Ariane Mnouchkine, entre outros entraram no panteão dos maiores criadores de nossa época e serão citados em séculos por vir.
Então, não perca tempo e corra para assistir aos seus trabalhos enquanto eles ainda carregam o pulso e o DNA de seus criadores! Próxima viagem à França? Se você tiver sorte pode tentar reservar seus ingressos para Macbeth através do site. Ariane sempre recebe o público na porta, como uma anfitriã perfeita, apontando os assentos e desejando uma boa experiência a todos.
Viva o “Theatre du Soleil”, viva Ariane e seus operários artistas, e que muitas outras peças ainda sejam produzidas, únicas, raras, preciosas, assim como um ovo Fabergé!